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Iniciação Científica
2023

Crianças protagonistas: artes cênicas e diversidade cultural em espaços de educação formal e não formal 
 

Autoria: Sofia de Oliveira Felício da Silva, Emilly de Britto Dutra, Manuelys Del Valle Quiaragua Pericana, Ruth Nohemi Rodriguez Montano.
Orientação: Luciana Hartmann

 

PIBITI Junior - Artes e Humanidades - Lingüística, Letras e Artes 
 

Resumo 

Introdução: Este projeto de pesquisa enfatiza o protagonismo das crianças em processos artístico-pedagógicos, com alunas-pesquisadoras de ensino médio, dentre estas  venezuelanas, adotando como eixo transversal a questão da diversidade cultural em espaços de educação formais e não formais. As estudantes foram acompanhadas por pesquisadores da graduação e pós-graduação em Artes Cênicas da UnB. O projeto tem como foco a partilha de experiências com crianças imigrantes e objetiva qualificar o debate sobre a diversidade cultural a partir da escuta das vozes das próprias crianças por meio de processos artísticos, como jogos teatrais, brincadeiras, canções tradicionais e contação de histórias. As atividades vêm sendo realizadas no âmbito da Rede Internacional de pesquisa “Infâncias protagonistas: migração, arte e educação”, com fomento do Edital Pró-Humanidades do CNPq e do Edital Demanda Espontânea da FAPDF. 
Introdução: A pesquisa foi desenvolvida através de uma metodologia etnográfico-performativa e envolveu diversos elementos, como levantamentos bibliográficos; elaboração de fichamentos; reuniões semanais em grupo; escutas e transcrições de histórias narradas por crianças imigrantes; oficinas de jogos e exercícios de escuta ativa realizadas com crianças da Casa Bom Samaritano. As oficinas foram baseadas em Jogos do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal. As estudantes também participaram ativamente das práticas acadêmicas envolvidas no fazer da pesquisa, investigando subtemas de seu interesse dentro da temática “migração”, tais como: relatos de experiências de migrantes residentes em Brasília; saúde mental na adolescência e migração; a migração de menores desacompanhados; e direitos de crianças e adolescentes refugiados. Esses subtemas foram apresentados e debatidos com o grupo maior, que envolve também estudantes de PIBIC (graduação), mestrado e doutorado. 

 

Metodologia: Todas as ações foram desenvolvidas junto a outros membros da rede e geraram como resultados: a participação das bolsistas em um webinário intitulado “Infâncias protagonistas: uma conversa entre jovens venezuelanas e brasileiras sobre imigração, arte e escola”, transmitido pelo Youtube no dia 7 de Junho de 2023 e disponível no link (https://www.youtube.com/watch?v=KB-LzMbjU3o); a produção de um podcast, intitulado “Migracontos: um podcast feitos com crianças do mundo” - a ser lançado no I Encontro Internacional Infâncias Protagonistas: migração, arte e educação, que será realizado de 04 a 06 de outubro, na Universidade de Brasília - e de um livro intitulado “Pasito a pasito, cruzando fronteras: histórias de crianças venezuelanas” (no prelo). 
 

Discussão/conclusão: Considera-se que os objetivos do plano de trabalho, que ainda está em andamento, já foram em grande parte cumpridos, pois, ao promover e qualificar o debate sobre diversidade cultural, contribuímos com um dos 11 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a Redução das Desigualdades. Dentre os objetivos específicos do projeto, foram enfatizadas metodologias que possibilitassem a escuta e a troca de experiências com as crianças. Deste modo, após a realização de leituras, debates e experiências práticas das bolsistas com os jogos do teatro do oprimido, posteriormente foram realizados exercícios de planejamento e desenvolvimento de atividades com as crianças venezuelanas moradoras da Casa Bom Samaritano. Neste processo, as bolsistas de Ensino Médio puderam conviver de forma horizontal não apenas com crianças, mas também com estudantes de Graduação e da Pós-Graduação, exercitando em si e incentivando nos pequenos imigrantes o protagonismo por meio de processos artístico-científicos.

Palavras-chave: Crianças imigrantes, arte-educação, narrativas orais, protagonismo infantil. 

Pela escuta das crianças: performances narrativas de pequenos imigrantes 

 

Autoria: Ana Luiza Ramos da Silva 

Orientação: Luciana Hartmann 

PIBIC - Artes e Humanidades - Lingüística, Letras e Artes 

Resumo 

Introdução: Essa pesquisa buscou promover o protagonismo infantil a partir da escuta de histórias de crianças imigrantes venezuelanas, acolhidas temporariamente na instituição Casa Bom Samaritano. Para tanto, foi necessário investigar o papel das crianças nos processos migratórios e pesquisar abordagens artístico-pedagógicas que viabilizassem que a partilha ocorresse de maneira horizontal e respeitosa. Nosso enfoque teórico situa-se nos campos dos estudos da infância, migração e performance na educação, sempre voltados para a pedagogia teatral. As atividades práticas executadas partiram de uma abordagem etnográfico-propositiva (Hartmann e Silva, 2019) e contaram com o apoio da rede internacional de pesquisa “Infâncias protagonistas: migração, arte e educação”. Os resultados alcançados indicam a pertinência de escutar as crianças, partilhando com elas os processos educativos e de pesquisa, pois isso permite compreender suas demandas, opiniões e criar, assim, pedagogias menos adultocêntricas. 

Metodologia: A metodologia partiu de pesquisa bibliográfica e produção de fichamentos – aprofundando em questões relacionadas a migrações, etnografia performativa e estratégias pedagógicas para o trabalho com performances narrativas infantis. As leituras foram debatidas em reuniões do Grupo de Pesquisa Imagens e(m) Cena. Em seguida, realizou-se pesquisa de campo com crianças residentes na Casa Bom Samaritano, em formato de oficina de introdução à linguagem audiovisual, com duração de 60 horas, que culminou na produção do roteiro de um curta (“La rodilla Samuel”) idealizado pelas crianças. Os registros dessa etapa constam em um relatório, além de diários de bordo, fotografias, gravações em áudio e vídeo, sempre com o cuidado ético de não expor a identidade das crianças. O planejamento dos encontros fundamentou-se em: escuta/narração de histórias (Hartmann, 2018), jogos todo Teatro do Oprimido (Boal, 2007), brincadeiras tradicionais e hibridismo artístico no Teatro (Dubatti, 2016). 

Resultados: Entre os resultados da pesquisa encontram-se os registros realizados com e por crianças em imagens, vídeos, desenhos e textos; o roteiro de um curta idealizado, escrito e traduzido para espanhol pelas crianças; oficinas ministradas e um artigo que detalha a pesquisa - documentos que encontram-se na base de dados do projeto “Infâncias protagonistas” e servirão como fonte para os demais integrantes da rede de pesquisa. Além disso, foram realizadas ações que possibilitam a partilha dos conhecimentos adquiridos com professores da rede pública do DF, estudantes universitários e comunidade externa, como: três oficinas de jogos do Teatro do Oprimido e um webinário transmitido pelo Youtube. Cabe mencionar, ainda, o “I Encontro Internacional de Infâncias Protagonistas: migração, arte e educação”, que ocorrerá entre os dias 4 e 6 de outubro, onde haverá o lançamento do livro “Pasito a pasito: cruzando fronteiras” e do podcast “Migracontos”, desenvolvidos em colaboração com essa pesquisa. 

Conclusão/discussão: Pesquisar com crianças exigiu reconhecê-las como criadores de cultura (Sarmento, 2003), que propuseram e experimentaram, juntas conosco, alternativas para partilhar e pesquisar narrativas. Surgiram desafios ao longo do processo, tais como: a responsabilidade que algumas crianças assumem pelos irmãos enquanto os pais procuram emprego; inviabilidade de realizar um trabalho sequencial, por se tratar de um lar temporário; complexidade de executar algumas propostas em um ambiente que era, também, residencial; diversidade etária e quantidade de crianças que ainda estava fora da escola; etc. Inúmeras vezes, foi necessário replanejar, com atenção ao que as crianças diziam e em como se expressavam. Exemplo disso foi Juan (9 anos), que demonstrou desinteresse pelo audiovisual, mas pediu para nos mostrar alguns desenhos e, enquanto isso, narrava: “Fiquei alegre e estava volando pipa e depois começou a chover de novo. Eu entrei na casa, a pipa quebrou todinha e eu comecei a chorar.” 

Palavras-chave: arte-educação; migração; protagonismo infantil; crianças imigrantes; educação artística; histórias.

Performatividade nas narrativas de crianças imigrantes e refugiadas residentes no Distrito Federal 

Autoria: Camila Ferreira Damas. 

Orientação: Luciana Hartmann 

PIBIC - Artes e Humanidades - Lingüística, Letras e Artes 

 

Resumo 

Introdução: O presente projeto, cujo título correto é “Performatividade nas narrativas de crianças imigrantes e refugiadas residentes no Distrito Federal”, teve como objetivo a escuta das narrativas de crianças em contexto de migração. Trabalhamos ao longo do percurso com crianças recém-chegadas da Venezuela, a partir de oficinas de contação de histórias, no sentido de compreender suas distintas percepções de mundo. No processo, houve a preocupação de que as crianças participassem integralmente da pesquisa. Para isso construímos juntos caminhos regados de afeto, acolhimento, diálogo e aprendizagens mútuas. A pesquisa contou com uma rede de pesquisadoras de ensino médio (PIBITI), graduação, mestrado e doutorado que compartilharam dinâmicas entre si e com as crianças. A consolidação dessa rede de pesquisa proporcionou na trajetória diferentes percepções e possibilitou um agenciamento de pesquisadores mais experientes no processo. 

 

Metodologia: Foram realizados ao longo do percurso, revisão de literatura, fichamentos de textos, levantamento e planejamento de fontes e por fim a pesquisa de campo realizada na Casa Bom Samaritano (CBS), instituição sem fins lucrativos situada no Lago Sul que tem por objetivo receber temporariamente refugiados e migrantes venezuelanos, a fim de proporcionar os processos de interiorização na capital, por meio do Projeto Acolhidos pelo Trabalho, com apoio do IMDH e da AVSI-Brasil. Proporcionar um ambiente de diálogo e escuta com as crianças foi essencial, para isso trabalhamos com diferentes linguagens artísticas. Durante a pesquisa foram propostas atividades que propiciaram a construção de pontes de afeto e acolhimento tanto para os pequenos quanto para os pesquisadores. A partir das dinâmicas propostas na Casa Bom Samaritano, houve diversas trocas significativas para que cada uma das crianças se compreendesse protagonista de suas histórias e ainda pudesse conhecer as histórias com os colegas. 

 

Resultados: Foram realizados diversos processos com as crianças, que resultaram em diferentes produtos. Os encontros na Casa Bom Samaritano eram organizados a partir de uma rotina, estabelecida em acordo com as crianças: leitura mediada de livros infantojuvenis na primeira parte, utilizando a Sala de Leitura da CBS, realização de atividades lúdicas (jogos teatrais, desenhos, canções tradicionais), de forma que pudessem conectar com os corpos e mentes e posteriormente a realização de brincadeiras propostas pelas próprias crianças. A partir, dessas dinâmicas pensadas e elaboradas colaborativamente, foram produzidos um podcast e um livro, que serão lançados no 1° Encontro Internacional Infâncias Protagonistas: migração, arte e educação, que será realizado na Universidade de Brasília de 04 a 06 de outubro. O Encontro é promovido pela Rede de mesmo nome, financiada pelo Edital Pró-Humanidades do CNPq (2022), e é coordenada pela orientadora do Projeto. 

 

Conclusão/discussão: Com os processos desenvolvidos ao longo da pesquisa foi possível perceber e dialogar com perspectivas de sujeitos históricos frequentemente invisibilizados – as crianças imigrantes e refugiadas - que descrevem sua caminhada em diferentes formas de expressão, utilizando de múltiplos mecanismos para narrarem seus caminhos e descaminhos. A realização do PIBIC em equipe proporcionou mudanças de perspectiva na pesquisa, e ter colaboradores nesse processo repleto de desafios foi fundamental. Surgiram diversas questões, ao longo da pesquisa, ainda não encerrados, tais como: os desafios de trabalhar em um espaço de educação não formal, o distanciamento entre a língua materna e a língua do país que as crianças estão adentrando, e as dinâmicas diferenciadas que envolvem fazer pesquisa colaborativa entre adultos e crianças. 

Palavras-chave: Protagonismo infantil, migração, educação, contação de histórias, performances narrativas. 

2022

Jogos Teatrais e o Fazer Artístico de Crianças na Pandemia 

Autoria: Ana Luiza Ramos da Silva 

Orientação: Luciana Hartmann  

UnB - PIBIC 

Resumo 

Introdução: A pesquisa apresentada neste artigo investiga alternativas de intervenção no processo pedagógico em situações de calamidade pública, partindo da percepção das dificuldades enfrentadas pelo sistema educacional brasileiro no contexto da pandemia mundial de covid-19, priorizando o protagonismo das crianças (com idades entre 6 e 11 anos) nos estudos sobre as suas infâncias. 

 

Metodologia: Partiu-se da perspectiva de jogos teatrais, proposta por Augusto Boal em seus estudos sobre o Teatro do Oprimido, para ministrar duas oficinas de teatro para/com crianças, uma virtual e outra presencial. Ao longo dos 4 encontros remotos, a proposta foi se moldando de acordo com as sugestões dos participantes, que avistaram caminhos para adaptar brincadeiras tradicionalmente presenciais às limitações da videochamada, além de constantemente manifestarem sua identificação ou desinteresse pelas propostas já experimentadas até então. Como ainda no final de 2021 as escolas retomaram a presencialidade - apesar da persistência da situação pandêmica e do baixo índice de vacinação da população -, surgiu a necessidade de ir à campo outra vez, agora presencialmente, para comparar os resultados obtidos e destrinchar as especificidades e desafios de cada momento. 

 

Resultados: Além de refletir sobre a pandemia e a linguagem teatral, de maneira introdutória, os jogos executados virtualmente levaram o grupo a buscar caminhos novos para lidar com um elemento a mais: a tecnologia; surgiram, então, novas brincadeiras e sugestões de adaptações de outras que já são conhecidas. Também ficou evidente o quanto as próprias crianças nos dão pistas sobre o que pode ser adaptado e o que elas já consideram positivo nas experiências educativas, desde que percebam que estão em um ambiente seguro para o diálogo e que nós, os adultos, queremos de fato escutá-las. 

Discussão/Conclusão: Enfim, a pesquisa esclarece que é possível não somente adaptar o jogo à virtualidade, como também reinventá-lo em parceria com as crianças, a fim de promover situações de experimentação artística, descontração, aprendizado e troca essenciais para o desenvolvimento infantil e para o fazer teatral; além disso, ao incluir a participação ativa dos pequenos em de todas as etapas do processo pedagógico, facilita-se tornar a vivência teatral mais atrativa e coerente com suas demandas. 

 

Palavras-Chave: educação artística; jogos teatrais; protagonismo infantil; pandemia; autonomia; 

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